"ANTÓNIO SEDUZIDO" (EXCERTO DO MEU CONTO SOBRE SEDUÇÃO)
Breve
Introdução:
Um
desafio na aula de Português: seduzir e como seduzir. Escrever um
poema que seduza o leitor.
António
está pouco à vontade com o tema, pois "escrever
, “com floreados” como diz, não é realmente a sua área".
Mas eis que....
"O poema é curto, simples e cheio de musicalidade. É isso que intriga o António e que faz com que o volte a ler. Pausadamente, saboreando cada uma das estrofes.
Fala
de amor? Amor escondido no nevoeiro? Estará o autor a falar de um
amor proibido, contrariado? Proibido por quem? E porquê?
António
folheia o livro, procura um outro poema que responda às questões
deste.
Mas
os outros poemas apenas falam de memórias de outros dias. Alguns
estão carregados de uma tal dor que até o magoam.
É
um poeta triste, esconde a angústia no mar, confessa-se à Lua,
encontra conforto nas sombras.
Está
preso a um passado que não consegue esquecer e de que fala em
palavras simples, humanas.
António
procura outros livros do poeta; quer ler outros poemas, saber como
ele fala da sedução.
O
poema não fala em sedução, mas António apaixona-se.
Deixa
que essas palavras tão simples, tão humanas, o seduzam, lhe
inflamem os sentidos.
Fica
confuso; a mente, sempre prática, analítica, não compreende as
emoções que a percorrem.
António
sente-se como se tivesse perdido o controlo sobre a vida, sobre todos
os planos perfeitos que delineou e pergunta-se se não estará louco.
Lembra-se
do que a professora disse na aula “..seduzir o corpo e a alma.” e
compreende que seduzir é ver para além do horizonte, descobrir na
banalidade das coisas a cor.
No
poema que escreve, António confessa-se.
Como
sempre desdenhou as palavras, nunca confiou nelas...
Nunca
lhes deu voz, confundiu-as...Tornou-as secas, agrestes; não lhes
abriu a alma...
E, agora?
Atravessa
a linha do horizonte…
Calmamente…
Abrindo
a porta ao mistério e reinventando-se.
Por
entre as memórias da Lua e a lucidez do Mar.
"
Comentários
Beijo, Marta.